ONU quer ajudar os publicitários
Representante da ONU no Brasil, coloca acervo da instituição à disposição do mercado publicitário
Andréa Ciaffone
12/03 - 17:24 Estudos de vanguarda, novas tendências, diagnósticos sociais bem fundamentados, números globais - tudo isso a ONU tem e com alguns diferenciais importantes: têm alta credibilidade, são preparados pelos maiores especialistas. O que poucos sabem, entretanto, é que estes estudos estão ao alcance de todos - e de graça. "A ONU quer aumentar seu intercâmbio com as pessoas, quer maior aproximação e integração com as diversas ações sociais e empresariais", diz Sheila Villas Boas, a secretária geral da organização não governamental de Conversando com as Nações Unidas (CNU Brasil). "Hoje muitas ações que têm os mesmos objetivos em prol do bem comum que a ONU tem são parte de políticas de empresas privadas. Ações de sustentabilidade e inclusão social, por exemplo, são cada vez mais parte da agenda das empresas", expõe Sheila. "E, muitas vezes, essas ações são criadas pelos profissionais de marketing ou de publicidade", continua. "O que queremos que a comunidade deste setor saiba é que a ONU pode contribuir com dados e informações de ponta. Basta nos acionar", completa a secretária geral.
Sheila, que é parente próxima dos indianistas Villas Boas, admite que hoje o maior desafio da CNU Brasil é o trabalho de disseminação da informação e do conhecimento. "Há até expressões que tornaram verdadeiros mantras no mundo todo e que foram cunhadas no âmbito da ONU. Um exemplo é a expressão 'desenvolvimento sustentável', que foi cunhada por Paulo Nogueira Neto", diz sobre o especialista brasileiro em meio ambiente e ex-secretário especial de Meio Ambiente e hoje presidente emérito do World Wildlife Fund. "O fato é que a existem 3,5 mil ONGs associadas à ONU, que continuamente produzem conhecimento e que podem ajudar as empresas a criarem suas melhores práticas", destaca Sheila, que cita empresas mundiais como Philips e Microsoft como exemplos de empresas que desenvolveram ações a partir de estudos feitos pela ONU. "No Brasil, o programa de sustentabilidade do Banco Real é um exemplo de aproximação com as informações geradas no âmbito das Nações Unidas, das quais o CNU funciona como ponte", diz Sheila. A secretária geral afirma que a maior expectativa da ONU é contribuir para o desenvolvimento humano.
"Como foi criada no pós-guerra e tem importante atuação nas áreas de conflito em todo o planeta, a imagem das Nações Unidas passou a ser muito frequentemente associada à guerra. Mas, isso é só um aspecto. Hoje, a ONU dispõe de estudos sobre os principais problemas que afligem a humanidade e tem sugestões e metas para resolvê-los", explica Sheila, que 'na vida real' tem uma empresa de consultoria e trabalha na CNU como voluntária.
Serviço em português tem chefe brasileira
Disponível também pela internet, a unidade da rádio ONU em português atinge 36 milhões de ouvintes em oito países e tem como diretora uma jornalista brasileira, Mônica Villela Grayley. "O número de emissoras parceiras cresceu 400% nos últimos 18 meses", conta a jornalista já trabalhou na extinta TV Manchete, no Sistema Globo de Rádio e também na BBC. Para atender aos diferentes 'sotaques' do português, a rádio ONU é transmitida também em português do Brasil e da África. "Hoje é Brasil é o terceiro maior mercado de rádio do mundo. Só perde para os EUA e para a China", destaca Mônica. Em termos editoriais, a rádio ONU possui padrões bem definidos: só são veiculadas notícias que envolvem a ONU diretamente. A partir deste parâmetro, a edição é feita de acordo com o que pode interessar mais ao ouvinte das regiões que falam português. Os programas de entrevista também seguem essa lógica.
segunda-feira, 5 de maio de 2008
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